Jogos (dez)organizando sons

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Relato de experiência de Tiago Teixeira Ferreira, em 2015, com alunos do 5 Ano da Fundação Instituto Tecnológico de Osasco, em Osasco – SP

Em um momento inicial, foi realizado um jogo de pensamento divergente, em que os alunos deveriam criar o maior número possível de funções para um objeto simples, atividade preliminar ao que seria desenvolvido como tarefa principal do encontro – Jogo (Dez)Organizando Sons.

Jogo: Mudando de função

Com os alunos dispostos em círculo, será colocado um objeto no centro da roda. Cada aluno, na ordem do círculo, deverá dar uma função para ele, diferente da sua própria. Por exemplo, se for colocada uma garrafa no meio da roda, cada aluno deverá ir até o centro e transformá-la, imaginativamente, usando de gestos, expressões faciais e outras ações, em um objeto diferente: em um telefone, em um cavalo de pau, em uma caneta, em uma vassoura, em uma bola… A atividade deverá ser feita em silêncio e o desafio está em os alunos usarem a imaginação para criar o maior número de funções para o objeto colocado no centro da roda. 

Mesmo sendo essa capacidade identificada por alguns estudiosos como uma das maneiras de avaliar o nível de criatividade das pessoas, o objetivo do jogo era apenas despertar essa potencialidade dos alunos e encorajá-los a inventar. 

Após a tarefa inicial, foram colocadas algumas gravações de palavras exploradas sonoramente e “desorganizadas” de modo a desmontar seu significado original e construir outros sons. O desafio dos alunos era identificar qual vocábulo dava origem aos sons ouvidos. Ouça um exemplo por meio do link a seguir: https://soundcloud.com/grupo-fonterrada14

Semelhantemente à sonoridade do jogo de escuta feito, dando continuidade à aula, os estudantes realizaram uma atividade de exploração das possibilidades sonoras da palavra GRADATIVAMENTE e sua posterior organização com a finalidade de criar uma composição.

Jogo (Dez)Organizando Sons

A classe, em conjunto, deverá criar dez sons diferentes partindo de uma mesma palavra. Para isso, será destinado um tempo para que, em grupos de três pessoas, explorem possibilidades sonoras do vocábulo escolhido. O professor deverá passar de grupo em grupo orientando o processo de exploração, quando necessário.

Após essa etapa os grupos deverão expor suas sugestões de sonoridades exploradas, de maneira a se criar um catálogo de sons que deverá ser grafado no quadro negro da sala. Conseguidas dez sonoridades para a palavra, o passo seguinte será procurar uma maneira de juntar os sons de modo a fazer uma pequena composição, indo ao encontro da definição de música dada pelos alunos. 

Da exploração sonora feita em pequenos grupos, surgiram seis sonoridades distintas que foram compartilhadas com toda a classe. Essas sonoridades podem ser ouvidas no link: https://soundcloud.com/tiago-teixeira-ferreira/sets/audios-de-quem-com-fio-fia-com-fio-sera-fiado. De posse desse catálogo de sons, estimulada por perguntas orientadoras, a turma elaborou uma estrutura para a primeira composição, a partir da qual foi esboçada uma representação gráfica na lousa.

Ao longo desta oficina, observei a dificuldade dos alunos para descrever as sonoridades iniciais exploradas por eles. Apesar de perceberem diversas de suas características, não as sabiam explicar por meio das propriedades dos sons, como grave, agudo, forte, fraco, curto e longo, entre outras. Essa foi a mola propulsora do planejamento dos encontros seguintes, que culminaram na elaboração de uma grafia para a composição criada, bem como sua posterior gravação de uma versão final com diversas modificações.

Representação gráfica da composição Mistério das Letras Perdidas, construída com base no jogo (Dez)Organizando Sons

Ouça a composição na sua versão final elaborada pelos alunos

Tiago Teixeira Ferreira é educador musical, pesquisador, clarinetista e regente. Licenciado em Educação Musical e Mestre em Música, dedica-se à pesquisa de práticas criativas em Educação Musical e como elas podem auxiliar nos processos de aquisição da linguagem da música. Ainda, pesquisa a respeito de processos de aprendizagem musical em propostas coletivas de ensino de música. É integrante do G-PEM (Grupo de Pesquisa em Educação Musical), atua como clarinetista em uma Banda de Música Militar, é membro do Seminário Permanente de Regência MUSICAD, além de coordenador pedagógico, professor e regente em projetos sociais de ensino de música.

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